viernes, 6 de enero de 2012

Freedom vs Liberty

"Por quê é que escreveis em verso? Já ninguém se preocupa disso... Na nossa época de céptica madurez e independência republicana, o verso é uma forma antiquada. Preferimos a prosa, que em virtude da sua liberdade de movimento, adequa-se mais aos instintos da democracia", Eugène Deletan, deputado francês cara 1877.

Escrevo em verso para ser livre
de escravizar os meus pensamentos
e partilhá-los (de graça)
com irmãs e irmãos que se movem
livre e democraticamente
nos currunchos alternativos da rede
e que livremente defendem a democracia
de todas as culturas à sua digna existência.

Escrevo em verso:
é verdade que preocupado
pela liberdade de movimento
do capital duns poucos
sobre o lombo dos muitos.
Versos numa democracia
-censitária e oligárquica-
em que os seus próceres
cuspem e enlamam
cartas magnas;
papéis velhos de que ninguém já se preocupa.

Escrevo em verso
porque na nossa época
de idiócia, cínico
imperialismo dos direitos humanos,
e servidume dos assuntos públicos
à lei privada dos "publicanos"
tem que denunciar-se desde as últimas barricadas
onde sobrevive o gromo da democracia
(real, direta, participativa, proletária e libertária).

O verso como palavra lapidária,
o verso como atalaia,
o verso como sentido,
o verso moderno,
o verso ruturista,
o verso vital,
o verso antigo,
o verso futuro,
o verso social e político...
A hóstia em verso!
Antom Fente Parada

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